segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um mau desbaste de cavalos de obstáculos


O exercício de saltar deve dar a maior liberdade de movimentos possível para o animal, ele tem que aprender a saltar da maneira natural , não ter medo de esticar o pescoço antes do salto, não ter medo das mãos do cavaleiro, o cavalo tem que aprender a gostar de saltar.
Não é fácil ensinar corretamente um cavalo a saltar, não podemos confundir um bom piloto de provas com um bom iniciador de cavalos, normalmente o cavaleiro que é apenas piloto tem muita pressa de resultados, ele tem que estar a competir, não tem tempo a perder com longos trabalhos de iniciação, então apela a outras maneiras que farão o cavalo saltar mais rapidamente.
É aí que se inicia uma verdadeira violência contra os cavalos novos, são utilizadas embocaduras fortes para o cavalo não correr, são utilizadas rédeas auxiliares, que amarram o animal com a cabeça baixa. Com toda esta parafernália o cavalo é colocado a saltar, como obviamente esta mudança artificial de posição altera o seu equilíbrio, ele recebe “uma ajuda” do seu cavaleiro na forma de um pequeno tranco na boca na hora do salto para que fique atento e faça a “batida", mas o absurdo não para por aí , pois sob a ação das rédeas auxiliares, da embocadura forte e do tranco na boca, o cavalo muito provavelmente não vai levantar bem os pés e aí ele é submetido a uma sessão de "pincho" (batidas com uma vara armadilhada (ou não) nas patas na hora do salto) , para que aprenda a ser atento!
Esta é a receita para ter o seu cavalo a saltar rapidamente porém por pouco tempo e assim se dá seguimento a este círculo vicioso: o cavaleiro não tem cavalo bom para saltar provas de competição, então apressa o poldro, o qual vai saltar bem por pouco tempo deixando o cavaleiro novamente sem cavalo para competição, ele vai apressar outro bom poldro e assim seguimos, destruindo os nossos bons cavalos.

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